zaterdag 7 juni 2014

DO DESVIO KEYNESIANO AO DESVIO SEXUAL CONSTITUCIONAL MAIS VALE IR AOS TREZE ÂNUS QUE SER PAINELEIRO DO ANAL - O ESPAÇO ECONÓMICO DO GRANDE REICH DE SEGURO NÃO TEME JUDEUS SANDEUS TEME SÓ OS MOUROS NA COSTA E OS PINTOS MARINHOS QUE NA COSTA SE ENCOSTAM OU ESCREVE-SE ENQUISTAM-SE?

AOS treze anos DE CASA PIA TUDO SE ENFIA
Cantilena
  QUE PELO SEGURO ASSEGURO QUE A MOURO NÃO SE FIA



NÃO SE CONFIA EM QUEM NA MANA METE BANANA .....



Já tenho treze anos, 
que os fiz por Janeiro: 
madrinha, casai-me 
com Mouro Gaiteiro.

Já sou mulherzinha; 
já trago sombreiro, 
já bailo ao Domingo 
com as mais no terreiro.

Já não sou Anita, 
como era primeiro; 
sou a Senhora Ana, 
que mora no outeiro.

Nos serões já canto, 
nas feiras já feiro, 
já não me dá beijos 
qualquer passageiro.

Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda, 
de cima do outeiro.

E só se não vejo 
ninguém pelo arneiro, 
me banho co’as patas 
Ao pé do salgueiro.

Miro-me nas águas, 
rostinho trigueiro, 
que mata de amores 
a muito vaqueiro.

Miro-me, olhos pretos 
e um riso fagueiro, 
que diz a cantiga 
que são cativeiro.

Em tudo, madrinha, 
já por derradeiro 
me vejo mui outra 
da que era primeiro.

O meu gibão largo 
de arminho e cordeiro, 
já o dei à neta 
do Brás cabaneiro,

dizendo-lhe: "Toma 
gibão domingueiro, 
de ilhoses de prata, 
de arminho e cordeiro.

"A mim já me aperta, 
e a ti te é laceiro; 
tu brincas co’as outras 
e eu danço em terreiro."

Já sou mulherzinha; 
já trago sombreiro, 
já tenho treze anos, 
que os fiz por Janeiro.

Já não sou Anita, 
sou a Ana do outeiro; 
madrinha, casai-me 
com Mouro Gaiteiro.

Não quero o sargento, 
que é muito guerreiro, 
de barbas mui feras 
e olhar sobranceiro.

O mineiro é velho; 
não quero o mineiro: 
Mais valem treze anos 
que todo o dinheiro.

Tão-pouco me agrado 
do pobre moleiro, 
que vive na azenha 
como um prisioneiro.

Marido pretendo 
de humor galhofeiro, 
que viva por festas, 
que brilhe em terreiro;

Que em ele assomando 
co’o tamborileiro, 
logo se alvoroça 
o lugar inteiro.

Que todos acorram 
por vê-lo primeiro, 
e todas perguntem 
se ainda é solteiro.

E eu sempre com ele, 
romeira e romeiro, 
vivendo de bodas, 
bailando o pandeiro.

Ai, vida de gostos! 
ai, céu verdadeiro! 
ai, Páscoa florida, 
que dura ano inteiro!

Da parte, madrinha, 
de Deus vos requeiro: 
Casai-me hoje mesmo 
com Mouro Gaiteiro.

António Feliciano de Castilho